Archivo mensual: julio 2015

ADITAL publica E-book de Morsolin depois da viagem do Papa Francisco no Equador, Bolívia, Paraguai: “O futuro da humanidade está nas mãos dos povos”

Papa a quito julio 2015

Na viagem do Papa Francisco à América Latina um dos momentos de maior significado para o futuro do “apostolado dos excluídos e dos descartados” foi o II Encontro Mundial com os Movimentos Populares.

Recordamos o essencial das palavras do Papa Francisco aos Movimentos Populares e da viagem no Equador, Bolivia, Paraguai nesse E-BOOK “O futuro da humanidade está nas mãos dos povos. Propostas depois da viagem do Papa Francisco no Equador, Bolívia, Paraguai”.

Foi através de um longo, mas claro discurso, sempre muito aplaudido, que o Papa Francisco convocou os membros dos movimentos populares para o reconhecimento da necessidade de mudança, mas também para a ação concreta e decidida para aquilo a que o Santo Padre chamou de “processo de mudança”. Afirmando que os mais humildes e explorados podem fazer muito pelos grandes processos de mudança nacionais, regionais e mundiais, o Santo Padre, declarou-os como protagonistas e semeadores de mudança: “Vós sois semeadores de mudança. Aqui, na Bolívia, ouvi uma frase de que gosto muito: «processo de mudança».

O Papa Francisco apontou algumas tarefas para a mudança, como colocar a economia ao serviço dos povos e unir os povos no caminho da paz e da justiça, tudo isto defendendo a Mãe Terra, pois – diz o Papa – “não se pode permitir que certos interesses – que são globais, mas não são universais», se imponham, submetendo Estados e organismos internacionais e continuem a destruir a criação”. O Santo Padre declarou que o futuro da humanidade está nas mãos dos povos: “O futuro da humanidade não está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de se organizarem e também nas suas mãos que regem, com humildade e convicção, este processo de mudança.”

Para conseguir trabalho, teto e terra, é preciso mudar as estruturas globais

O sociólogo Emir Sader afirmou que a visita do papa à América Latina “consolida sua identificação com os governos progressistas do continente. É uma viagem muito importante em que a imagem do papa vai além das declarações, mas com identidades políticas concretas e claramente progressistas”.

Washington Uranga (1), jornalista argentino, Página/12, sinalou que “Parte da mensagem papal por estas latitudes pode ser sintetiza naquilo que Bergoglio definiu como os “3T”: trabalho, teto e terra. Mas para conseguir este propósito, disse Francisco, “é preciso mudar as estruturas”. E para fazer isso, acrescentou, “é preciso unir os povos no caminho da paz e da justiça”. Na mesma linha, sustentou que “é preciso colocar a economia a serviço do povo”, sem permitir que “a política se deixe dominar pela especulação financeira” e deixando de lado qualquer forma de colonialismo. Também não se privou de relativizar a propriedade privada para enaltecer “o destino universal dos bens”. Alguém que conheça a fundo a chamada Doutrina Social da Igreja poderá dizer que nenhum destes conceitos é absolutamente novo no magistério católico. É verdade. O novo, a novidade, é que o Papa extrai estas ideias das bibliotecas pontifícias para expô-las em seus discursos para milhões de pessoas e desta maneira transforma-as em um plano de ação para os católicos e mesmo ultrapassando os limites do seu rebanho. E que incentiva, a próprios e estranhos, a lutar por estes objetivos.

A crítica de Bergoglio ao sistema capitalista financeiro é lapidar e categórica. Não resta espaço para as ambiguidades ou as dúvidas. Seguramente por isso quem antes o aplaudiu – na política, nos meios de comunicação e na própria Igreja – agora procura fazer com que sua mensagem seja o mais discreta possível. Logo chegará o momento em que alguém vai se atrever a dizer que “o Papa está mal assessorado” ou que “está cercado e isso não lhe permite ver a realidade”. Não deveríamos perder de vista o fato de Francisco assinalar os poderes que procuram “apagar” a presença da Igreja “porque a nossa fé é revolucionária” e “desafia a tirania do ídolo do dinheiro”, conclui Uranga.

“É como um divisor de águas. Porque até então o papa falava para o mundo. Agora o papa quer ouvir o mundo. Os papas falavam para os pobres. O papa Francisco chama os movimentos para ouvir os pobres, para ouvir os excluídos”, avalia o bispo Dom Guilherme Werlang (2), presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Segundo a dirigente nacional do MST, Silvia Reis Marquez, o encontro fortaleceu a unidade da classe trabalhadora do campo e da cidade para a conquista e manutenção de seus direitos. “Para o MST e demais organizações foi um momento histórico, pois a declaração do Papa Francisco de que todos têm direito à terra, moradia e trabalho impulsiona nossa luta”, explicou Silvia.

Rosângela Piovezani, do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), afirmou que a luta das mulheres sai fortalecida do encontro.  “O nosso espaço esteve garantido e a nossa luta está sendo respeitada e assumida no conjunto das organizações. Esse processo é muito importante, pois temos que assumir todas as particularidades para que haja o avanço social. Saímos daqui fortalecidas, com mais energia e a certeza de que estamos no caminho certo”, disse.

Para o bispo da diocese de Santillo, no México, José Paul Vera Lopez, o encontro serviu como ponto de encontro para os movimentos demonstraram a força que tem na defesa de seus direitos.  “A união dos povos pode duplicar o debate em torno do modelo econômico que está no mundo, onde o capitalismo se apodera de tudo e não representa o pensamento dos trabalhadores.” Ele afirmou ainda que o Papa Francisco tem intensificado o diálogo com os movimentos, principalmente em defesa da mãe terra. “Temos que ampliar e diversificar essa luta e a igreja está junto com essa força conjunta”, declarou (3).

Encíclica Laudato Si

“Digamos ‘Não’ a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata, esta economia exclui, esta economia destrói a Mãe Terra”, exigiu o Papa em Santa Cruz. Em discurso a membros de organizações sociais de todo o mundo, Francisco pediu perseverança na luta por mudanças estruturais e tem relações com a Encíclica Laudato Si, que é clara em relação à necessidade de mudança do “sistema” e não apenas de padrões individuais de comportamento. É essencial reconhecer, como disse Roberto Malvezzi, um dos líderes da Comissão Pastoral da Terra CPT no Brasil, que este é o primeiro documento de um Papa a expressar uma visão sistêmica, holística.

Moema Miranda, antropóloga e diretora do Ibase, considera que “A Encíclica rompe uma tradição dualista milenar, herdada da cultura grega e reinterpretada por tantos pensadores cristãos: a lógica das duas cidades, de um mundo imerso em pecado. Esta ruptura epistemológica tem um valor inestimável. Abre as portas para um diálogo – onde reconhecendo as diferenças – podemos ser respeitosos e fraternos com as culturas tradicionais, indígenas, quilombolas e tantas outras, reconhecidas e valorizadas pelo Papa Francisco na Laudato Si!

(…) A articulação entre justiça social e ambiental é fundamental na Encíclica, explícita em diversos momentos, especialmente quando afirma que “não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social; mas uma única e complexa crise socioambiental” (§139). Vale lembrar que no Fórum Social Mundial de 2009, em Belém, onde mais de 150 mil ativistas, militantes e defensores dos direitos humanos e ambientais se reuniram, os povos indígenas das América afirmaram: vivemos não um somatório de crises (ambiental, financeira, social, etc.), mas uma “crise civilizatória”! (4).

A Igreja é um ator decisivo no processo político brasileiro

Propostas alternativas sistêmicas ao mundo dominado pelo capital já estão emergindo das mil flores que florescem apesar e em resistência à ordem hegemônica, pela Igreja dos pobres, apoiadas por alguns políticos comprometidos, por ONGs, militantes, ambientalistas, cientistas.

Na terceira parte de esse libro encontramos algumas de essas alternativas construídas pela Comissão Pastoral da Terra CPT, Conselho Indigenista Missionário CIMI e pela defensa da Amazônia e também do Sertão – com o caminho do Bispo Egidio Bisol (Afogados da Ingazeira PE) sucessor do Dom Francisco Austregésilo de Mesquita Filho, companheiro do dom Helder Câmara nos Pactos das Catacumbas.

O professor Jose de Souza Martins, autor do livro “A Política do Brasil Lúmpen e Místico” (Editora Contexto, 2011) descreve a influência da Igreja Católica na sociedade brasileira: “A Igreja Católica e as pastorais sociais são uma referência fundamental do livro. Diferente da maioria dos autores de sociologia política, que têm dificuldade para incorporar a Igreja como ator decisivo no processo político brasileiro, entendo que algumas das conquistas brasileiras no âmbito dos direitos sociais são devidas ao corajoso e decisivo empenho da Igreja Católica e de algumas igrejas protestantes a ela associadas nessas questões, como a Igreja de Confissão Luterana. O catolicismo é, no Brasil, o grande e provavelmente único guardião competente dos valores da tradição conservadora, contrapondo-os a um capitalismo corrosivo e desumanizador. Destaco em particular a concepção referencial familista e comunitária de pessoa contra a concepção contratualista e redutiva de indivíduo e todos os seus desdobramentos numa proposta pobre de sociedade. Destaco, também, a visão comunitária da vida, fundamento das nossas mais significativas utopias. E, também, da nossa crítica social e até política de uma concepção mutilada e iníqua de sociedade.

Destaco, ainda, que a Igreja foi decisiva para que a reforma agrária fosse colocada na agenda política brasileira, quando tudo dizia que não havia condições políticas para fazê-lo. As próprias esquerdas eram céticas quanto à sua viabilidade, preferindo antes a opção política pela mera extensão dos direitos trabalhistas aos trabalhadores rurais. Destaco, ainda, nela, a crítica das iniquidades de um regime fundiário que tende à exclusão perversa do homem que trabalha e que tende, mesmo, ao grande perigo da formação de enclaves territoriais. Enfim, ressalto a decisiva importância da Igreja Católica no reconhecimento da diversidade cultural e linguística das nações indígenas e do reconhecimento dos povos indígenas como sujeitos de direito, com identidade própria e não como grupos adjetivos de uma sociedade cuja grande tradição tem sido apenas de espoliá-los e privá-los dos meios de referência de sua identidade e de sua sobrevivência” (5).

A profecia do Dom Erwin Kräutler e Conselho Indigenista Missionário

A publicação da encíclica do papa Francisco repercutiu no mundo inteiro. Não por acaso: é a primeira vez que um papa dedica um documento dessa importância ao tema da ecologia. Para escrever as 190 páginas de Laudato Si, o papa se consultou com cientistas, ativistas e movimentos sociais do mundo inteiro. Uma das pessoas que contribuíram é o bispo do Xingu, Dom Erwin Kräutler. Dom Erwin atua na Amazônia, com sede em Altamira (PA), na defesa de povos indígenas e comunidades locais. Sua militância social e ecológica fizeram dele alvo de ameaças de pistoleiros da região. “Descrevi ao Papa Francisco a realidade da Amazônia e as condições em que vivem os seus povos”, disse o bispo.

“Naquela inesquecível audiência do ano passado (2014), descrevi ao papa Francisco a realidade da Amazônia e as condições em que vivem os seus povos. Referi-me primeiro às nossas comunidades e lamentei que, por causa da acentuada escassez de padres, a população só tem acesso à eucaristia algumas vezes ao ano. Falei dos povos indígenas e entreguei-lhe uma mensagem do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), previamente redigida, chamando a atenção para os diversos pontos do documento. Disse a ele que os povos indígenas só sobreviverão física e culturalmente se permanecerem em suas terras, que hoje são ameaçadas pelos grandes projetos governamentais, pelas empresas mineradoras e madeireiras e pelo agronegócio. Aí o papa me revelou que estava escrevendo uma encíclica sobre a ecologia. Insisti logo que num documento dessa envergadura não poderia faltar uma clara referência à Amazônia e aos povos indígenas. O papa recomendou-me então que enviasse ao cardeal Turkson alguma contribuição minha nesse sentido o que, voltando ao Brasil, imediatamente fiz.

Ao ler agora a encíclica deparo-me com vários pontos em que é bem notório que o papa levou em conta os nossos anseios e angústias e demonstra claramente que os assumiu como suas próprias preocupações. No número 38, por exemplo, falou sobre a importância da Amazônia “para o conjunto do planeta e para o futuro da humanidade” e acrescentou que “quando estas florestas são queimadas ou derrubadas para desenvolver cultivos, em poucos anos perdem-se inúmeras espécies, ou tais áreas transformam-se em áridos desertos”.

No número 146 refere-se explicitamente aos povos indígenas dizendo que é “indispensável prestar uma atenção especial às comunidades aborígenes com as suas tradições culturais. Não são apenas uma minoria entre outras, mas devem tornar-se os principais interlocutores, especialmente quando se avança com grandes projetos que afetam os seus espaços.

Com efeito, para eles, a terra não é um bem econômico, mas dom gratuito de Deus e dos antepassados que nela descansam, um espaço sagrado com o qual precisam de interagir para manter a sua identidade e os seus valores. Eles, quando permanecem nos seus territórios, são quem melhor os cuida. Em várias partes do mundo, porém, são objeto de pressões para que abandonem suas terras e as deixem livres para projetos extrativos e agropecuários que não prestam atenção à degradação da natureza e da cultura”, conclui Dom Erwin Kräutler (6).

As importantes manifestações do Papa tiveram escassos reflexos nas pautas nobres da grande mídia no Brasil, com exceção da Folha de São Paulo, e o objetivo de esse E-BOOK é expandir uma mensagem muito importante para ser profundidos pelas comunidades, grupos, paroquias, etc., na ótica transformadora do Papa Francisco: “Este sistema já não se consegue aguentar. Temos de mudá-lo, temos de voltar a levar a dignidade humana para o centro: que sobre esse pilar se construam as estruturas sociais alternativas de que precisamos”.

Aqui você encontra os artículos de análises da viagem do Papa Francisco em Equador, Bolivia, Paraguai que foram traduzidos e publicados pela Agencia Adital; muito obrigado a Pe. Ermanno Allegri, Benedito e toda a equipe da Adital.

Esse livro vai aportar a concretização da “fe revolucionaria”, seguindo os caminhos da Igreja profética de Leonidas Proaño, de Oscar Romero, de Helder Câmara, de Francisco Austregésilo de Mesquita Filho.

 AUTOR:

Cristiano Morsolin, pesquisador e trabalhador social italiano radicado na América Latina desde 2001, com experiências no Equador, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Brasil. Autor de vários livros, colabora com a Universidade do Externado da Colômbia, Universidade do Rosário de Bogotá, Universidade Politécnica Salesiana de Quito.  Co-fundador do Observatório sobre América Latina SELVAS (Milán), especialista em análise da dívida social e da dívida externa e processos emancipatorios na América Latina, através do trabalho com a Fundação «Giustizia e Solidarieta FGS” (Roma), com o Centro Tricontinental CETRI (fundador: Francois Houtart) de Lovaina.

Blog: https://diversidadenmovimiento.wordpress.com/

 Bogotá, Sexta feira 24 de Julho 2015

 NOTAS

Leia aqui o E-book completo produzido por Adital em parceria com Cristiano Morsolin sobre a visita Papal à América Latina:

http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=85891

Da Bogotà a Milano ricercando pace, articolo di Morsolin sul mensile “Mosaico di Pace” (Pax Christi)

co marcha 9 april 2015

Una marcia per la pace in Colombia richiama l’attenzione sulla giustizia sociale  e le uguali opportunità per tutti i popoli.  E interroga anche noi che vorremmo un’altra EXPO.

“La pace in Colombia e’ una rivoluzione del secolo XXI, profondamente culturale, democratica e pacifica e per ottenerla bisogna porre fine alla segregazione sociale”.

Con queste parole, il sindaco di Bogota’ Gustavo Petro ha aperto il 9 aprile, in Colombia, la grande marcia per la pace e la solidarietà con le vittime del conflitto armato che ha raccolto un’oceanica folla di mezzo milione di persone.

(…)La ricerca di una pace fondata sulla giustizia sociale e sulla lotta alle mafie in Colombia e’ legata all’interdipendenza dei popoli per costruire nuove relazioni orizzontali tra Nord e Sud del Mondo.

Su questi temi ho appena potuto intervistare  Elly Schlein, giovane Deputata europea del PSE (http://www.ellyschlein.it  ) che a Milano a Palazzo Marino partecipa al convegno internazionale “Le infiltrazioni delle mafie nell’economia legale: mafie senza confini” organizzato nell’ambito del progetto Icaro, con Jole Garuti, Nando Dalla Chiesa, Umberto Postiglione, Stefania Pellegrini, Vincenzo Moriello.

Continua a leggere sul mensile Mosaico di Pace:

http://www.mosaicodipace.it/mosaico/i/3676.html

images Mosaico

Paraguay: Papa Francisco ataca el Presidente Cartes: “Primero la Patria, después mi negocio”. Entrevista exclusiva de Morsolin a Magui Balbuena, destacada líder campesina de los movimientos sociales.

py papa

Durante la visita del Papa Francisco a Paraguay ha afirmado: «Los pobres deben ocupar un lugar prioritario». «Que no haya más víctimas de la violencia, la corrupción y el narcotráfico». «Que no cese el esfuerzo de todos los sectores hasta que no haya niños sin educación, campesinos sin tierras para cultivar y familias sin techo».

El papa Francisco durante el encuentro con organizaciones de la sociedad civil lanzó este sábado un duro mensaje en contra del Presidente de la Republica Cartes: “Primero la Patria, después mi negocio”

 Entrevista exclusiva a Magui Balbuena, destaca líder campesina reconocida a nivel nacional

Magui Balbuena, candidata a la Vice Presidencia de la Republica para Kuña Pyrenda, miembro y fundadora de CONAMURI. Empezó militando en la Juventud Agraria Católica en 1971, cuando tenía 21 años, en Misiones, departamento que está ubicado al sur del territorio paraguayo. En ese tiempo la lucha era contra la dictadura y por la organización de los campesinos. Su incursión en esta organización la llevó al exilio, desde donde no perdió contacto con las bases y siguió trabajando. Tiempo después de volver, en 1980 fundó con otros compañeros el Movimiento Campesino Paraguayo (MCP) luego, en 1985 impulsó la Coordinación de Mujeres Campesinas del Paraguay, que posteriormente funda la Coordinadora Nacional de Mujeres Trabajadoras Rurales e Indígenas (Conamuri) ; en el año 2005 fue premiada entre las “Mil mujeres por la paz”, compartiendo esa distinción entre otras con Gladys Marín de Chile, y Domitila Chungara de Bolivia.

Es muy interesante leer su  libro-entrevista “Magui Balbuena. Semilla para una nueva siembra” (Trompo Ediciones, Buenos Aires) de la investigadora Elisabeth Roig.

 Pregunta: Magui, ¿Cómo considera las fuertes afirmaciones del Papa Francisco?

Respuesta: Realmente importante como mensaje y toque de atención para el Gobierno nacional. Por un lado la presencia del Presidente Cartes entre los movimientos sociales hace que se demuestre al Papa la indignación de nuestro pueblo en su cara. Sencillo pero aleccionador el mensaje del Papa a la sociedad. Desnudando una parte la realidad del país de la gente pobre trabajadora que sufre los golpes del capital.

Pregunta: ¿Cuál es la realidad del pueblo paraguayo?

Respuesta: Un Paraguay sumido en la miseria y el dolor de millones de paraguay@s espero que el Papa comprenda en su cabal dimensión la realidad.

 Pregunta: Papa Francisco dice PRIMERO LA PATRIA, DESPUES EL NEGOCIO…

Respuesta: Si así mismo. Y que hace falta un modelo de sociedad más incluyente. A los jóvenes el mensaje fue fuerte y que el camino es la lucha.

 Pregunta: «Yo no digo si es verdad, no es verdad, si es justo, no es justo, pero uno de los métodos que tenían las ideologías dictatoriales del siglo pasado era apartar a la gente, con el exilio o con la prisión, con el caso de los campos de exterminio, nazis o estalinista», expresó Papa Francisco casi al término de su discurso en el que contestó las preguntas de representantes de diferentes sectores sociales. Seguidamente pidió más juicios claros y nítidos «Un método que no da libertad a las personas para sumir responsablemente su tarea de construcción de la sociedad, y es chantaje, el chantaje siempre es corrupción…  la corrupción es la polilla, es la gangrena de un pueblo», sentenció. ¿Qué te parece?

Respuesta: Bueno. Lo que me gustó es que la corrupción es la polilla y la gangrena en la sociedad que me pareció muy acertada decir ante los representantes del gobierno y las organizaciones sociales que es uno de los principales males del gobierno.  No se pronunció aun sobre Marinaskue Curuguaty. Han tratado se sacar las pancartas que llevan la pregunta que se volvió un símbolo de lucha: ¿Qué pasó en Curuguaty? Espero que lo haga mañana que es una de las principales peticiones de los movimientos sociales del Paraguay. Sabiendo lo que nos espera con el juicio que se inicia este fin de mes.

 Pregunta: Magui, tu que eres expresión de las comunidades eclesiales de base que lucharon en contra de la dictadura de Stroessner, ¿que espera del Papa?

Respuesta: En general es alentador el mensaje del Papa como pastor es lo que puede hacer. Esperamos que mañana se refiera con más fuerza y contundencia a la gestión del gobierno de Cartes que está llevando al país a la quiebra total. Cada día estamos por la aplicación de su política entreguistas al capital.

AUTOR: Cristiano Morsolin, investigador italiano radicado en Latinoamerica. Autor de varios libros, panelista internacional. Colaborador del Europarlamentario Klute Jurgen (GUE-NGL) en la denuncia del golpe en contra del Presidente Lugo.

 «EL PAÍS QUE LE RECIBE AL PAPA FRANCISCO»

CON UN MEDIO AMBIENTE CONTAMINADO Y DESTRUIDO. El Papa Francisco dijo en una parte de su encíclica “la tierra, nuestra casa común parece convertirse cada vez más en un inmenso depósito de porquería” En nuestro país, los agro-exportadores envenenan comunidades, contaminan las aguas, eliminan bosques, expulsan comunidades campesinas e indígenas, no pagan impuestos y gozan de impunidad. Cuánta razón y verdad tiene la encíclica LAUDATO SÍ cuando habla de contaminación y cambio climático porque esencialmente castiga a los pobres.

UN PAÍS EMPOBRECIDO. También en su Encíclica menciona el “deterioro de la calidad de la vida humana y la degradación social” Cuando aborda que se crean lugares privilegiados para algunos con todas las “condiciones ecológicas y de seguridad” donde se procura evitar que otros entren a molestar una tranquilidad artificial, sin embargo no se tiene en cuenta donde viven los descartables de la sociedad. Esto ocurre en nuestro país donde se van creando lugares y centros privilegiados mientras se abandona a poblaciones vulnerables como la Chacarita, los Bañados, etc. “La fragmentación social, el crecimiento de la violencia y el surgimiento de nuevas formas de agresividad social, el narcotráfico y el consumo creciente de drogas entre los más jóvenes llevan la pérdida de identidad” En Paraguay la narcopolítica corrompe a todas las instituciones del Estado, son protegidos y privilegiados por el Gobierno. La drogadicción se extiende entre los jóvenes y se persigue a ellos que son las consecuencias mientras se deja libre a los grandes productores y narcotraficantes.

UN PAÍS AMENAZADO POR ENTREGA Y SAQUEO DE LA MANO DE HORACIO CARTES Y SUS CÓMPLICES. La ley de privatización amenaza con entregar todas nuestras riquezas, el agua, la electricidad, la comunicación, la tierra, la educación y la salud, aplicando una política que le favorece a los ricos y nada para los pobres, basado en una economía de acumulación para unos pocos, explotación, miseria y exclusión para la mayoría. Sin embargo, el Papa Francisco dice cuando se refiere a la política y economía “pensando en el bien común necesitamos imperiosamente que la política y la economía, en diálogo se coloquen decididamente al servicio de la vida, especialmente de la vida humana”

POR ESO PEDIMOS AL PUEBLO PARAGUAYO, A HOMBRES Y MUJERES, LAICOS Y RELIGIOSOS, CREYENTES Y NO CREYENTES, SECTORES PATRIÓTICOS A SEGUIR DENUNCIANDO Y LUCHANDO PARA QUE NUESTRO PAÍS TENGA DESARROLLO, INDEPENDENCIA Y SOBERANÍA.

Documento firmado por las siguentes Organizaciones: Partido Paraguay Pyahura, Desde Abajo, Federación Nacional Campesina (FNC), Coordinadora de Organizaciones Campesinas e Indígenas del Paraguay (CONAMURI), Frente Recoleta, Partido Comunista Paraguayo (PCP), Organización de Trabajadores de la Educación del Paraguay Sindicato Nacional (OTEP SN) y Corriente Sindical Clasista (CSC).

magui-balbuena FOTO

Primera jornada del II Encuentro Mundial de Movimientos Sociales y Populares, promovido por Papa Francisco y Evo Morales, articulo de Morsolin

santa cruz 3

En la inauguración del II Encuentro Mundial de Movimientos Populares de Santa Cruz en ocasión de la visita del papa Francisco, el presidente Evo Morales llamó a la unidad de los sectores sociales y el presidente del Pontificio Consejo para la Justicia y la Paz del Vaticano, Peter Turkson, aseguró que la Iglesia Católica acompaña la lucha de los pobres en su visión particular de desarrollo.

Más de 1.500 delegaciones de diferentes partes del mundo participan del encuentro en el que se trabajará un documento para entregarlo el jueves a Francisco. Morales destacó las coincidencias en los principios de lucha entre el Santo Padre y los movimientos sociales, y abogó por consolidar una ‘yunta’ entre ambos para reivindicar los derechos de los más necesitados.

«Aquí queremos expresar, tenemos enormes coincidencias con las políticas económicas, sociales de nuestro proceso de cambio con el hermano papa Francisco. Coincidencias sobre el tema del capitalismo, sobre el medio ambiente, sobre el vivir bien. Esa es una ventaja que tenemos ahora y de verdad, por primera vez, nunca sentí que un Papa nos podía acompañar con sus mensajes de justicia y paz, pero paz con justicia social”, manifestó Morales el martes 7 de julio de 2015.

Minutos antes intervino Turkson con un discurso marcado por la reivindicación de la lucha de los movimientos sociales. “Las iglesias quieren escuchar este grito y sumarse a él, los pobres se han organizado para resistir la exclusión social, la escandalosa desigualdad y la degradación de su ambiente, así han creado movimientos no solo para protestar por la injusticia”, sostuvo.

El encuentro mundial tiene como antecedente el celebrado en el Vaticano, donde estuvo presente Morales. Los delegados trabajarán sobre ejes como la ‘madre tierra’ en peligro, tierra y territorio, trabajo, techo, paz, soberanía e integración de los pueblos.

Morales exigió a los movimientos sociales dejar de lado la codicia y la envidia para afianzar la unidad de los movimientos sociales, mientras que el Cardenal valoró y pidió respeto a las distintas formas que tienen los sectores sociales para hacer política, desarrollar la economía y cuidar el medio ambiente.

«Las Iglesias quieren unir sus manos en estos procesos y ayudarlos a que cada día su cooperativa, sus juntas vecinales, sus comunidades campesinas e indígenas se fortalezcan para que puedan dar y mejor sus condiciones para el desarrollo integral de los excluidos como personas, familias y pueblos», indicó el representante del Vaticano.

Acotó que la Iglesia reconoce las expresiones y movimientos populares que proponen un estilo de vida alternativo al que plantea el sistema y dijo que lo que se quiere es «promover junto a ustedes nuevos estilos que pongan la dignidad de las personas por encima del consumo desenfrenado».

Morales enfatizó que la lucha debe orientarse a la liberación de los pueblos del mundo y afirmó que esta es una responsabilidad de los movimientos sociales.

El papa Francisco estará en el cierre del encuentro previsto para la tarde del jueves.

SEGUIR LEYENDO:

http://www.alainet.org/es/articulo/170947

Se abre II Encuentro Mundial de Movimientos Sociales y Populares, promovido por Papa Francisco y Evo Morales, artículo de Morsolin

abertura en santa cruz

El viceministro de Coordinación con los Movimientos Sociales, Alfredo Rada, informó el pasado sábado 5 de julio que el papa Francisco eligió a Bolivia como sede del II Encuentro Mundial de Movimientos Sociales y Populares (1), porque en Bolivia hay una participación democrática de los movimientos sociales y la conformación.

Dicho evento en el que participarán 1500 delegados de organizaciones sociales de diversos continentes es inaugurado hoy en el coliseo Municipal de Santa Cruz, por el presidente del Consejo Pontificio para la Justicia y la Paz del Vaticano, el cardenal ganés Peter Turkson.

“Se eligió a Bolivia, porque aquí hay participación democrática de los movimientos sociales y la conformación de un Gobierno que es de los movimientos sociales, entonces esa es la diferencia entre los otros países. En Ecuador hay un proceso de cambio, pero tiene otras característica”, remarcó la autoridad en una entrevista con los medios estatales.

Explicó que en Bolivia fue donde más se avanzó en la participación política de los movimientos sociales. “Creo yo que esa fue una razón que explica por qué el papa Francisco decidió participar en un encuentro con movimientos sociales en este país”.

En criterio de Rada, el evento mundial concluirá el jueves. Serán 3 días de trabajo intenso, en el que delegaciones de alrededor 30 países que ya confirmaron su participación, a través de sus 900 delegados es que estaremos trabajando en Santa Cruz”.

Asimismo, indicó que Francisco dará un mensaje para clausurar el Encuentro Mundial de Movimientos Sociales y Populares, al que también asistirá el presidente Evo Morales.

“Cierra Francisco (el encuentro), tomando la palabra seguramente una media hora, tal vez un poco más, depende de él, dando un mensaje a los movimientos sociales ahí reunidos”, concluyó Rada (2).

Comentarios desde Santa Cruz

El Observatorio sobre Latinoamérica SELVAS está documentando este importante encuentro mundial.

Francisco Estigarribia, Coordinación de Niños/as  y Adolescentes Trabajadores de Paraguay CONNATs, señala que “el Papa tendrá la oportunidad de escuchar a los Movimientos Sociales, dialogará con los más pobres, los indígenas, los campesinos, las mujeres y los Niños, Niñas y Adolescentes Trabajadores en Bolivia, no lo hará en Paraguay, no podrá hacerlo porque lo cercaron, lo blindaron, pero el pueblo siempre encuentra la forma de hacerse escuchar!!!”

Alberto Croce, Director de SES Buenos Aires, Latindadd y Campaña Latinoamericana por el Derecho a la Educación, subraya que “en la televisión boliviana hablan MUCHO del encuentro que mañana comenzamos.  Ayer estuvimos cenando en el hotel con el Cardenal Tucson. Un nigeriano simpático. Hay una delegación de unas 30 personas invitadas por el Vaticano (uno de ellos soy yo y sigo sin saber por qué…). En el encuentro habrá unos 1000 delegados. Los temas: Hábitat, Tierra, Trabajo, Violencia e Integración. Estoy muy expectante”.

En la inauguración del II Encuentro Mundial de Movimientos Sociales y Populares en el Coliseo Municipal del Santa Rosita el argentino Juan Grabois, miembro del Comité Organizador del encuentro, destaca que «Venimos a hablar con respeto pero tambien con coraje. La paz se construye con el respeto y el diálogo de todas las voces».

«Tierra, techo y trabajo son los 3 ejes de este Encuentro. Y venimos a reafirmar que Latinoamérica es una zona de paz.

El cardinal Turkson, procedente de Ghana, resaltó en la conferencia de prensa de ayer que los cinco temas vivienda, trabajo, violencia, tierra y medio ambiente, son considerados claves por los crecientes desafíos. “La Iglesia pretende tomar las necesidades y aspiraciones de los movimientos sociales como propias y así unirse a través de diferentes iniciativas. El objetivo es generar cambios sociales necesarios para un mundo más justo”. Asimismo, agregó que es necesario “el grito de los pobres y de la tierra” de manera conjunta porque consideró que los problemas sociales y de medioambiente requieren de una solución integral.

“En la Iglesia y en la sociedad debemos aprender a incluir a los excluidos y para eso debemos llegar hasta aquellos que se encuentran en la periferia. Se debe recibir a los marginados como miembros absolutos de nuestra comunidad, economía y sociedad”, resaltó Turkson, miembro del Consejo Pontificio de Justicia de Paz del Vaticano (3).

“La lucha por la Madre Tierra”

El primer panel “La lucha por la Madre Tierra y la contribución  de Laudato Si” contó con la exposición de cuatro representantes de resistencia campesina. Detrás de una mesa ornamentada con alimentos producidos por los pueblos de América, João Pedro Stedile, de la coordinación de La Vía Campesina, recordó cómo la organización del agronegocio compromete la  soberanía alimentaria  y la salud de todos. “Nosotros tenemos que tener nuestro plan, el plan del pueblo.  Ya no basta con apenas ‘tierra para quien en ella trabaja’, como clamaba Zapata. Cambió el paradigma. Es necesario  pensar un cambio en el campo que interesa a todos, que garantiza la producción de alimentos sanos y sin venenos. Que respete la biodiversidad, que rescate la  agroecología. Ese plan de agricultura interesa a todo el pueblo”, destacó.

Silvia Ribeiro, del Grupo ETC, de México, criticó la concentración de las empresas que actúan en el campo, en todo el mundo. Ella citó el caso de las semillas, en el cual apenas diez empresas controlan 80% del mercado. Además de eso, las mismas que producen los venenos producen los transgénicos que dependen de ellos. “Los transgénicos produce mucho menos, no pueden  ser replantados, usan mucho veneno, causan diversos maleficios a la salud, como el aumento de los casos de cáncer, además de ser más caros”, señaló.

Rodolfo Machaca, de la Confederación  Sindical Única de Trabajadores Campesinos de Bolívia, destacó el método que será usado durante el encuentro: denunciar, levantar demandas y asumir compromisos. “Los gobiernos neoliberales tienen culpa porque permiten saquear nuestras tierras. Por eso la unidad internacional es fundamental, porque necesitamos unirnos  para expulsar a las multinacionales”, exhortó.

El  obispo de la  Diócesis de Aysén, de Chile, Luis Infanti della Moura, también criticó el imperialismo, recordando que  estamos todos llamados a luchar por un mundo mejor. “El Papa nos llama a tomar consciencia  para romper y derrumbar las estructuras que nos esclavizan  cada vez más”.

SEGUIR LEYENDO

http://www.alainet.org/es/articulo/170932

BOL mov popol 2016

Comentarios a la Encíclica Laudato si en la espera del viaje en Latinoamérica del Papa Francisco, artículo de Morsolin

Papa a quito julio 2015

En una encíclica “Laudato si, Alabado seas” (1), sobre el cuidado de la casa común, el Sumo Pontífice recuerda que el impacto del cambio climático promovido por países industrializados afecta a las naciones de menos recursos e impide su desarrollo. El papa Francisco denunció el uso deuda externa “de los países pobres” como mecanismo para controlar el mundo y pidió a los países más ricos reconocer su deuda ecológica y no impedir que otros salven el planeta.

En su encíclica sobre el medioambiente, Laudato si, publicada por el Vaticano el jueves 18 de junio de 2015, Francisco destaca la deuda ecológica de los países potencia, que arrebatan las reservas de las regiones en desarrollo para alimentar su crecimiento. «La deuda externa de los países pobres se ha convertido en un instrumento de control, pero no ocurre lo mismo con la deuda ecológica (…) con los pueblos en vías de desarrollo, donde se encuentran las más importantes reservas de la biosfera y que siguen alimentando el desarrollo de los países más ricos a costa de su presente y de su futuro», sostiene en el documento presentado en el Vaticano.

El papa Francisco advierte los gravísimos problemas del medio ambiente y hace responsable al sistema económico mundial de llevar a la humanidad al borde del colapso, por carecer de sustento ético. La voracidad del capitalismo de mercado y del dios dinero están llevando a la humanidad también a la contaminación del alma del ser humano y la corrosión de su espíritu.

Por otra parte, el papa Francisco en este importante texto cuestiona a aquellos que argumentan que el derecho a la propiedad privada es un principio absoluto e intocable, haciendo hincapié en la función social de cualquier forma de propiedad. Dice el Papa: La tradición cristiana nunca reconoció como absoluto o intocable el derecho a la propiedad privada y subrayó la función social de cualquier forma de propiedad privada.

Es un mensaje muy contundente, en la víspera de su viaje a Ecuador, Bolivia, Paraguay que empieza hoy domingo 5 de julio de 2015.

«No es neutral, sino escrita desde el mundo empobrecido, desde el Sur» según Luis Infanti

“Aire fresco para la paz y la vida”, se titula la reflexión que hizo el Obispo de Aysén (Chile) Luis Infanti, sobre la nueva encíclica del Papa Francisco.

Monseñor Luis Infanti califica de contundente, profética y desafiante el documento dado a conocer por el Sumo Pontífice, relevando que “no es neutral, sino escrita pero sobre todo ubicada desde el mundo empobrecido, desde el Sur, que desafía fraternalmente al Norte, para lanzar un cambio decidido y valiente. Los tiempos, la nueva época, no dejan dudas: no se puede continuar como estamos ahora”, sentencia el religioso.

Añade que desde el mundo empobrecido y traspasado por la injusticia humana y ambiental, el Papa Francisco llama a la conciencia de los pueblos, creyentes y no creyentes, a exigir (la justicia no se pide, se exige, porque es un derecho de los marginados) un cambio de ruta a los poderosos de los poderes económico, político, científico y tecnológico mundial. Lo hace, no desde una religión, sino desde la ética y la espiritualidad más profunda de la sensibilidad humana.

“Leo desde el Papa que la globalización hoy tiene carácter más de dominación que de humanidad y bien común, de hecho los poderes, la cultura consumista, la depredación de los bienes naturales, la crisis climática, el narcotráfico, que multinacionales y países influyentes imponen a los continentes del Sur (sobre todo África y América Latina), incluso con leyes y bombardeos publicitarios (ideológicos), excluyen siempre más a los pobres, los oprimen robándoles los bienes naturales, sus culturas, su dignidad, el futuro. Reina la inequidad. El Papa llama a superar la cultura del descarte, a tomar en consideración a las comunidades locales, especialmente a los indígenas con su sensibilidad y tradiciones, y a frenar la megalomanía desenfrenada, a dialogar y debatir sobre los límites del progreso”, recalca el Obispo Infanti.

CONTINUA A LEER:

http://www.alainet.org/es/articulo/170863

Ante la crisis gobiernos de la izquierda ganan espacio en Latinoamérica y Europa, entrevista exclusiva de Morsolin a Juan Carlos Monedero (fundador de “Podemos”)

Juan Carlos Monedero, profesor de Ciencia Política en la Universidad Complutense de Madrid y anteriormente asesor del Centro Internacional Miranda de Caracas, ha acompañado a Podemos [hoy el partido de extrema izquierda más importante de España] desde su nacimiento, en enero de 2014, y forma parte del grupo de politólogos, que junto a Pablo Iglesias, dio vida a la formación que ha trastocado la política española en los últimos dos años y ha logrado la histórica elección de las nuevas alcaldesas de Barcelona y Madrid.

Lea integralmente la entrevista publicada por la ONG «Viva la ciudadania», gracias a Pedro Santana:

http://viva.org.co/cajavirtual/svc0452/articulo13.html

Yo y Juan carlos Podemos junio 2015FOTO: Morsolin y prof. Juan Carlos Monedero

Diante da crise, governos de esquerda ganham espaço na América Latina e Europa. Entrevista de Morsolin a Juan Carlos Monedero (Podemos)

Juan Carlos Monedero, professor de Ciência Política na Universidade Complutense de Madrid e anteriormente assessor do Centro Internacional Miranda de Caracas, acompanha o Podemos [hoje, principal partido de extrema esquerda da Espanha] desde o seu nascimento, em janeiro de 2014, e faz parte do grupo de politólogos, que, juntamente com Pablo Iglesias, deu vida à formação que tem transformado a política espanhola nos últimos dois anos e conquistado a histórica eleição das novas prefeitas de Barcelona e Madrid.

Em seu artigo «A filosofia política do socialismo no século XXI” (2012), Juan Carlos Monedero considera que o socialismo no século XXI necessita articular bases compartilhadas que permitam ir construindo referenciais teóricos. Para cimentar referenciais científicos acerca do socialismo faz falta precisar alguns lugares compartilhados, se bem, ao configurar o socialismo como uma proposta normativa, esta tarefa se torna, certamente, complicada. Tentando superar as dificuldades, faz falta, em primeiro lugar, uma definição do que seja o socialismo. A possibilidade de pensar o socialismo passa por uma reconsideração da natureza humana e por uma construção de uma linguagem diferente, sustentada em práticas diferentes. Em terceiro lugar, é preciso deter-se no papel do Estado, lugar essencial, junto à participação, ao impulso da sociedade socialista (a construção de um Estado comunitário é, portanto, uma aposta radical). Em quarto lugar, é necessário precisar quais são os elementos que devem articular esse socialismo e em que se diferencia das práticas do socialismo no século XX (com uma enuncição dos seus acertos e erros, do papel do novo sujeito plural e dos problemas que implica um suposto «socialismo científico”). Por último, está pendente estabelecer quais são os valores que há por trás do que seja o socialismo no século XXI. Nada aporta construir um marco teórico autoalimentado, que não se confronte com os marcos teóricos que, supostamente, sustentam as petições políticas de superação do modelo socialista (1).

Esta entrevista exclusiva com o professor Juan Carlos Monedero evidencia a força de novas experimentações sociais e políticas para governar a partir de um processo de mudança, que une a América Latina e a Europa, como destaca Samuele Mazzolini, analista político da Presidência da República e em Senplades – Secretaria Nacional de Planejamento e Desenvolvimento (Equador): «A capacidade do Syriza [partido de extrema esquerda vitorioso na Grécia] e o Podemos de irem mais além da administração do punhado de votos da esquerda radical sancionam, de maneira definitiva, a validade do populismo e das reflexões que o inspiram. A lógica de construção de relatos nacional-populares, capazes de interpelarem o povo a partir de suas demandas sociais concretas é, crescentemente, reconhecida também na Europa como a única forma política para voltar à disputa hegemônica, da qual a esquerda tem sido excluída pelo neoliberalismo. Para o pensador argentino Lacau, não poderia ter havido maior recompensa por seus esforços intelectuais do que a existência e o êxito de forças como o Syriza e o Podemos, no contexto mais recalcitrante para acolher suas estratégias políticas” (2).

Qual é o papel dos intelectuais?

Há o risco de que os acadêmicos não toquem com as mãos na realidade. É preciso refletir sobre o processo emancipatório. Identificamos dificuldades estruturais para transformar as realidades, mas permanecemos parados.

Que papel tem o Estado em sua relação com o direito à Cidade?

O sistema capitalista ultrapassou os limites. O direito à cidade tem virtudes porque permite construir alternativas, concentrar esforços em um lugar em que podemos definir que o direito à cidade é um conjunto de lutas que estão, hoje, vigentes, é uma riqueza coletiva que construímos entre todos.

O direito à cidade rompe o esquema neoliberal e estabelece uma leitura nova, rompe a separação entre direita e esquerda, é preciso ir mais além da classe operária. A construção da cidade é um processo coletivo, recordando a corresponsabilidade fiscal de todos e também dos ricos com a cidade.

Hoje, é possível identificar alguns erros da esquerda atual, como, por exemplo, o paternalismo do Estado. Necessitamos construir novos sujeitos de corresponsabilidade dos direitos, é preciso repensar o papel dos partitos políticos. É preciso refletir entre o direito à cidade e a impugnação do Estado. Considero que seja um erro tratar de mudar o mundo sem tomar o poder.

Foi simbólico o desmantelamento do Estado social com o presidente Salvador Allende, no Chile. É necessário manter a estrutura do Estado, que gestione toda a especificidade de um Estado, acompanhado pela experimentação social, que buscam novas soluções, não há desenho prévio. Existe uma crise civilizadora e, por isso, temos que nos mover com a experimentação social, juntamente com o aparato do Estado, nessa direção é evidente que com o Podemos aprendemos sobre a América Latina.

Qual é a proposta política do Podemos?

Criamos o Podemos pelo risco da latino-americanização da Espanha, no sentido de repetir o vendaval neoliberal dos anos 1980, que tem impedido a democracia na América Latina. Não aceitamos a precariedade trabalhista dos jovens. Foram incrementados os mecanismos de repressão, se estigmatizaram os protestos, as periferias. Devemos reconstruir a democracia. Em particular, o papel das empresas dos meios de comunicação, falávamos sobre o quão tão mal iria Petro [Gustavo Petro, prefeito de Bogotá, Colômbia], mas Bogotá está em pé de guerra para construir a mudança.

Resolver a partidocracia explica o nascimento do Podemos: é importante a renovação da participação política, em que a representação política não esgotava e conseguimos a histórica vitória nas Prefeituras de Barcelona e Madrid (há 23 anos, gobernava a direita).

As desigualdades estão rompendo o pacto social. Em nossas ciudades, as pessoas não têm moradia, não têm teto, não têm oportunidades.

Para entender esta crise, é preciso analisar a derrota dos anos 1970, do modelo Keynesiano, quebrou e entrou o sistema neoliberal, no qual se propõe uma sociedade neoliberal como guerra do indivíduo contra outros indivíduos, assim se dinamita a possibilidade de mudança, com redes que irritam o poder.

É preciso entender, profundamente, o pensamento neoliberal da cultura, que considera que o privado é melhor do que o público.

Como os novos movimentos sociais dos indignados disputam o poder?

Em um novo contexto de dívida e desemprego, os novos movimentos vêm disputar o poder com os partidos políticos tradicionais mudando o eixo das propostas. O Podemos, continuando o recurso colocado em andamento pelo movimento indignado (o 15M), mudou o discurso e ao invés de falar de crise falou de estafa; ao invés de enfrentar os cidadãos, assinalou aos banqueiros e aos políticos assimilados pelo poder financiero, acusando-os de serem uma ‘casta’ distante da democracia e inimiga do povo. Ao invés de assumir, acriticamente, tudo o que vinha da Europa, acertou em entender que a Europa, agora mesmo, está nas mãos de grupos de interesse, que velam por seus próprios interesses e os das grandes corporações.

Você considera que é preciso defender o Estado Social e construir novos modelos civilizatórios, como sustenta Boaventura de Sousa?

Para poder reverter a maquinaria eleitoral na Espanha, a única solução é rearmar com os movimentos sociais novas condições, em que apelamos à cidadania pela mudança.

Este processo votou Margaret Tatcher para derrotar o Estado Social – Welfare State.

Necessitamos de modelos civilizatórios diferentes. Na Espanha, temos a esperança da reconstrução democrática que o Movimento dos Indignados 15M começou a perguntar sobre a democracia representativa porque não me representa. Há a possibilidade de novas sociedades, como contra o fascismo nos anos 1930.

O desafio é desafiar a economia, que impede fazer políticas contra a fome, que causa a queda da esperança de vida. Se os povos não têm consciência do desafio, é necessário ganhar na rua.

Há o desafio de medidas ambientais, que o povo não assume, como é o caso da Yasuni-ITT no Equador, porque os povos não têm uma consciência global da mudança.

TODA MATERIA COMPLETA:

http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&prevlang=ES&cod=85502

FOTO: Morsolin e Juan Carlos Monedero

Yo y Juan carlos Podemos junio 2015